Em 2013, o magnata tecnológico Elon Musk idealizou um sistema de transporte que se parece muito com o que vemos em Os Jetsons: o Hyperloop. Funcional, ecológico, sustentável e, claro, absurdamente rápido, o projeto vem motivando incontáveis profissionais a tirar essa ideia do papel – e a cada ano que passa ela se torna mais próxima da realidade.
Um projeto ambicioso
Em um white paper de 58 páginas, Musk definiu os conceitos básicos por trás do ambicioso projeto: dois tubos fixados a postes acima do solo, e, dentro deles, cápsulas para carregar os passageiros; graças a uma combinação de bombas de vácuo, magnetos e compressores, as cápsulas se deslocam em alta velocidade e com pouco gasto de energia. É um princípio parecido com o dos trens-bala japoneses (que se deslocam acima dos trilhos por meio de magnetismo). A previsão inicial é de que o Hyperloop seria capaz de atingir a impressionante marca de 1.200km/h.
Além disso, na teoria, o sistema precisaria de pouca energia para funcionar – ao menos em comparação com outros meios de transporte; a alimentação seria feita por meio de fontes de energia renováveis (como solar e eólica), e o excedente poderia ser vendido para tornar tudo mais rentável.
(rendereização do Hyperloop)
O Hyperloop no mundo real
Dois anos depois da publicação do projeto, uma das startups que abraçaram a causa, a Hyperloop Technologies, lançou uma previsão: em 2020, as primeiras 60 milhas do Hyperloop estariam prontas para o transporte humano – ao menos foi o que o então CEO da empresa, Rob Llyod, contou à equipe da revista Popular Science. Contudo, o tempo passou e as dificuldades técnicas obrigaram os envolvidos no projeto a adotar expectativas mais modestas – mas, é claro, sem desistir da ideia.
Em 2019, um grupo de estudantes da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, criou um protótipo de cápsula para o Hyperloop e alcançou a marca de 463 km/h. O pequeno veículo (com 1,7m de comprimento e pesando 70 kg) fez parte da quarta edição da SpaceX Hyperloop Pod Competition, uma competição anual promovida pela SpaceX para incentivar o desenvolvimento da tecnologia. Musk anunciou que em 2020 os testes da competição serão feitos em um túnel a vácuo de 10km de comprimento com uma curva.
(Equipe da UTM junto com o protótipo que venceu a quarta SpaceX Hyperloop Pod Competition)
Do Rio a São Paulo em 22 minutos?
E o Brasil, vai fazer parte dessa história? Talvez. A Hyperloop Transportation Technologies, que tem uma unidade no Cubo Itaú, busca captar investimentos via venture para a matriz, se aproximando do mercado brasileiro. No evento Evoy Talks 2030, o diretor de desenvolvimento de negócios Ricardo Penzin afirmou que uma aplicação bem sucedida do Hyperloop reduziria para 22 minutos o tempo de viagem entre Rio de Janeiro e São Paulo (que leva, atualmente, cerca de 45 minutos via ponte aérea).
Contudo, questões econômicas e burocráticas, na avaliação de Penzin, ainda tornam muito difícil implementar esse tipo de modal no país. Em 2018, por exemplo, foi anunciado que a empresa lançaria um centro de inovação em Contagem (MG), mas o projeto foi descontinuado. Ele destaca, porém, que o Brasil possui grande potencial para empresas do setor logístico (o que motivou a Hyperloop TT a montar um escritório aqui), então ainda há motivo para algum otimismo.
De acordo com as previsões mais recentes, um trecho de 5km do sistema Hyperloop deve ser inaugurado em 2021 em Abu Dhabi (Emirados Árabes), e outros países (como Índia e Indonésia) deverão receber projetos similares nos próximos anos.
O que você achou da ideia do Hyperloop? Está otimista em relação ao sistema, ou acha que ele vai continuar no papel por muitos anos ainda? Deixe sua opinião nos comentários!