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Trens pendolinos: do design à sustentabilidade

Trens pendolinos: do design à sustentabilidade
Cássio Cristian
mai. 27 - 6 min de leitura
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Pendolino é um trem basculante de alta velocidade fabricado pela Alstom Ferroviaria. Viaja a velocidades de até 250 km/h nos trilhos convencionais, eliminando a necessidade de ferrovias especialmente projetadas.

O trem de alta velocidade é chamado de "Pendolino" – "pequeno pêndulo" em italiano – devido ao seu mecanismo de inclinação nas curvas.

A tecnologia foi originalmente desenvolvida pela Fiat Ferroviaria há mais de 40 anos. A Alstom a herdou após a aquisição da Fiat Ferroviaria em 2000. Desde então, o trem é fabricado pela Alstom em Savigliano, na Itália.

Atualmente, existem aproximadamente 400 trens Pendolino operando em 11 países da Europa, incluindo Itália, Portugal, Eslovênia, Finlândia, Rússia, República Tcheca, Reino Unido, Suíça, China, Alemanha e Romênia. 

Do primeiro protótipo à segunda geração do ETR 460

O primeiro protótipo em funcionamento foi desenvolvido e lançado pela Fiat Ferroviaria em 1969. Conhecido como ETRY 0160, possuía uma carroceria basculante elétrica e foi o primeiro a receber o nome Pendolino. O protótipo foi seguido pela construção de mais duas unidades da unidade elétrica múltipla – ETR 401.

A primeira unidade foi lançada para serviço público em 1976 na rota Roma-Ancona, operada pela Italian State Railways.

A segunda unidade foi entregue à operadora ferroviária espanhola Renfe para operar em sua bitola larga. O ETR 401 tinha quatro carros, podendo viajar a velocidades de até 295 km/h.

A Fiat adquiriu patentes para a tecnologia de inclinação usada no projeto Advanced Passenger Train (APT) do Reino Unido em 1982. No entanto, o APT foi um projeto experimental malsucedido desenvolvido pela British Rail.

Depois disso, a Fiat fez várias melhorias em relação à tecnologia original e introduziu uma avançada ETR 450 de primeira geração na rota Roma-Milão. Foi o primeiro Pendolino a entrar em serviço regular.

Era um trem de nove vagões que atingiu uma velocidade máxima de 250 km/h, fazendo a rota entre Roma e Milão em quatro horas. Além disso, esse modelo pode inclinar em um ângulo de 13°.

A segunda geração do ETR 460 foi inserida no mercado em 1993. Foi projetada pela empresa de design Giorgetto Giugiaro. Ele teve várias melhorias em relação à primeira geração, como o potente motor assíncrono CA, instalação de pistões de ação anti-inclinação ao longo do trem e conexão entre bogie – constitui um conjunto de rodas, rolamentos, molas, eixos, cilindros de freio, barras estabilizadoras. O ângulo de inclinação foi reduzido para 8° para oferecer mais segurança e conforto.

O ETR 460 mantém uma baixa carga de eixo de 14,5 t/eixo que permite ao trem rodar 35% mais rápido nas curvas em comparação aos trens convencionais. Outras versões avançadas do ETR 460 são o ETR 470 desenvolvido para a empresa ítalo-suíça Cisalpino e o ETR 480 para a Trenitalia.

ETR 600 e ETR 610

Em 2006, após várias melhorias, a Alstom lançou o novo Pendolino ETR 600 e ETR 610. Os trens foram desenvolvidos para a Trenitalia e a Swiss Federal Railways (SBB). Ambas as variantes são mais confiáveis ​​do que as versões anteriores, pois possuem unidades de tração melhoradas, com componentes e equipamentos de alta tecnologia.

O ETR 610 é mais avançado que o ETR 600, pois suporta o sistema de tensão e sinalização usado pela Suíça e Alemanha.

Novos modelos: alta tecnologia e sustentabilidade

Os novos trens Pendolino estão disponíveis em duas versões. Os trens com uma largura da carroceria de 2.830 mm são adequados para a faixa UIC (1.400 mm). Eles operam em temperaturas variando de -25°C a 45°C. Os trens com uma largura da carroceria de 3.200 mm são fabricados para trilhos largos (1.500 mm). Eles podem operar em temperaturas inferiores a -40°C.

Os trens têm entre quatro a nove vagões, acomodando 200 a 600 passageiros. Cada carro tem 26,2 m de comprimento, 2,83 m de largura e pesa 387 toneladas. Também possui sistemas de aquecimento, ventilação e ar-condicionado (HVAC).

Os vagões são construídos sob medida e equipados em conformidade com o Sistema Europeu de Gerenciamento de Tráfego Ferroviário (ERTMS) para operacionalidade transfronteiriça.

Os trens usam a tecnologia Tiltronix e apresentam truque de inclinação hidráulico. As hastes de inclinação instaladas nos bogies ativam esse movimento. As forças das rodas do trem são minimizadas pela redução de massas suspensas. A carroceria fica centralizada com o uso do sistema de suspensão a ar lateral ativo.

Os últimos trens Pendolino têm pantógrafos inclinados fixados no teto dos vagões. Sempre que o trem se inclina, o carro desliza para o lado devido a um sistema hidráulico de contra-translação ativo, que permite que o pantógrafo permaneça centralizado.

Os novos trens Pendolino são declarados 95% recicláveis. Os sistemas de freio elétrico economizam até 8% da energia consumida. Segundo a Alstom, 97% da energia é reciclada e devolvida ao sistema de catenária (caminho de ferro).

Além disso, o isolamento acústico sob a carroceria e o design aerodinâmico otimizado reduzem a penetração do som por meio do teto. Uma vibração do sistema de descarga do amortecedor sob as rodas também contribui para diminuir a poluição sonora.

Gostou do assunto? Quer saber mais sobre a mecânica dos trens? Deixe seu comentário! E para quem tem dúvidas sobre alguns termos ferroviários, disponibilizamos um glossário para você ficar por dentro de tudo.


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