Parece loucura pensar que uma única rota de trem que pode levar dias para ser completada totalmente, não é mesmo? Pelo título acima você já deve ter imaginado que sim, uma rota assim existe, é a maior do mundo, e pode acreditar, até virou tema de filme! Com certeza você, um Amante da Ferrovia, já deve ter ouvido falar da icônica ferrovia Transiberiana. Famosa não apenas por seu tamanho, mas pelos belos trajetos que proporciona.
A Rússia, com seus 17 075 400 km², é o país com maior área de extensão do planeta. Isso contribuiu para a construção da ferrovia que faz conexão quase que de ponta a ponta do território russo. O país fica localizado no norte da Eurásia e faz fronteira com vários países – entre eles Mongólia, China e Coréia do Norte, que também fazem parte do percurso ferroviário.
Com 9289 km de extensão, a Transiberiana é a maior ferrovia do mundo, ligando Mongólia, China e o mar do Japão até a Sibéria, no extremo oriente da Rússia. O trajeto atravessa 12 regiões e 87 cidades russas. É o terceiro maior serviço contínuo do planeta, ficando atrás apenas das linhas Moscou-Pyongyang, com 10 267 km, e Donetsk-Vladivostok, com 9 903 Km, que utilizam outras ferrovias para serem completadas. Por ser bastante extensa, a rota abrange oito fusos horários diferentes.
As rotas
Existem dois modos de se conhecer a Transiberiana, e nenhum deles deixa a desejar. O primeiro é o percurso tradicional, na rota que liga a capital Moscou à cidade de Vladivostok sem precisar sair das terras russas. Já a segunda opção, é por meio da rota que liga Moscou a capital chinesa, Pequim, passando pela Mongólia.
A diversidade das rotas permite aos turistas optar por um tour em todas as cidades onde o trem passa, aumentando o trajeto para cerca de 30 dias para ser completo. Ou podem escolher a opção "expresso", que é mais rápido e com poucas paradas, levando cerca de 15 dias para completar a rota.
Os trens da Transiberiana
A viagem pode ser feita com três opções de trens diferentes, que disponibilizam um serviço de primeira classe para os passageiros. Cada um tem sua peculiaridade, dando um toque especial à viagem.
O trem Transiberiano Zarengold, por exemplo, foi projetado pensando no conforto dos passageiros. São quatro tipos de acomodações diferentes, que vão de cabines categoria Classic até a categoria Superior Plus. Além disso, há dois vagões-restaurantes que dispõem de um cardápio típico da gastronomia dos países por onde o trem passa.
O Transiberiano Imperial Russia é uma forma alternativa de se viajar pelo coração do país, permitindo aos turistas visitar muitos centros culturais do Império Russo em suas paradas. É o verdadeiro hotel 5 estrelas sobre os trilhos, e dispõe de cinco tipos diferentes de cabines: VIP, Business Class, First Class Plus, First Class e Comfort Class. O design é fantástico e a decoração é toda inspirada na Rússia Imperial. Viajar nesse trem é pegar carona no passado!
O Golden Eagle é a única locomotiva que oferta suítes de luxo em rotas que passam pela Rússia e pela Ásia Central. O carro de passageiros dispõe de três tipos de acomodações – as cabines Imperial, Gold Class e Silver Class, super modernas e confortáveis. O principal atrativo desse trem é o vagão bar, repleto de bebidas locais, boa música ao vivo, e um ambiente feito para conhecer pessoas do mundo todo.
A história da transiberiana
A ferrovia é uma das mais antigas estradas de ferro da Rússia. O principal trecho, que vai de Tcheliabinsk a Vladivostok, com extensão de 7500 km, foi construído entre 1891 e 1916, e a ampliação veio a partir dele.
A construção da estrada de ferro foi muito importante para o Império Russo e exigiu enormes recursos. Estima-se que os custos chegaram na faixa de 350 milhões de rublos em ouro (moeda russa). Foram necessários mais de 84 mil trabalhadores para a conclusão da ferrovia. Em conjunto com essa engenhosidade também foram construídas as estações das cidades participantes.
Já imaginou o Brasil com uma ferrovia desse porte, serpenteando pelas belas e encantadoras paisagens tupiniquins, viajando do Oiapoque ao Chuí? Seria incrível não é mesmo?
O que achou da Transiberiana? Conte aí nos comentários!