Se você é um ferro-fã e sonha em viajar de trem pelas Américas, provavelmente já leu “The Old Patagonian Express: De trem pelas Américas”, escrito por Paul Theroux. Um dos destaques da obra é o Tren Crucero, do Equador, que leva os passageiros em uma exploração de quatro dias de cultura, comidas e beleza natural dos Andes e da costa do Pacífico entre Quito e Guayaquil.
Porém, nas décadas de 80 e 90, as ferrovias equatorianas sofreram alguns danos. Continue a leitura para saber um pouco mais sobre essa história...
O grande trem a vapor reviveu
No Equador, os trens estavam parados desde o final dos anos 80. As fortes chuvas de inverno causadas pelo El Niño em 1982 destruíram um trecho da ferrovia entre Huigra e Bucay, e nos anos seguintes os danos causados pelo fenômeno continuaram. Para ter uma ideia, em 2008, apenas 10% da rede ferroviária equatoriana estava operacional.
Até 2014, o governo equatoriano gastou cerca de US$ 280 milhões na reforma da ferrovia nacional.
Porém, o carro-chefe do renascimento da ferrovia é o Tren Crucero, um trem de luxo a vapor reformado que opera um novo serviço andino entre Guayaquil e a capital de Quito – a 2.849 metros da capital mais alta do mundo.
O Tren Crucero segue uma linha de bitola estreita de 453 km (282 milhas), originalmente construída entre 1897 e 1908 ao longo da espinha andina do Equador.
A ferrovia foi construída para conectar as duas principais cidades do Equador: Quito, nos Andes, e Guayaquil, no Pacífico. Tenha certeza de que essa é uma das viagens ferroviárias mais emocionantes do mundo.
Os novos carros do trem, construídos em Madri, são “puxados” por locomotivas a vapor restauradas. A mais antiga é de 1900 e foi projetada pelo fabricante americano Baldwin, da Pensilvânia.
Vale lembrar que construir uma linha férrea pelos Andes não foi fácil: um afloramento rochoso em particular exigia uma engenharia incrível. Esse local agora é chamado de Nariz do Diabo e o Tren Crucero passa por ele usando uma série complicada de trilhos que se alternam (trajeto em zig-zag) ao longo do trecho íngreme.
Hotel sobre rodas
O trem em si é luxuoso e confortável, com muitas janelas grandes, áreas de estar e mesas para relaxar e ver o mundo passar lentamente.
Os quatro vagões de primeira classe com ar-condicionado (dois carros de passageiros no estilo colonial e republicano) têm um estilo equatoriano diferente e transportam um total de 50 passageiros.
Carro 1: Estilo Barroco do Período Colonial Espanhol
Este carro está equipado com mesas e cadeiras para 30 pessoas. Lá você pode desfrutar de um aperitivo leve ou ler um bom livro. Existem armários pessoais onde você pode guardar seus pertences.
Carro 2: Estilo neoclássico do Período Republicano Equatoriano
Este carro está equipado com mesas e cadeiras para até 24 passageiros. Lá você pode se divertir com jogos de tabuleiro ou ter uma conversa entre amigos.
Carro 3: Estilo Hispânico e Cosmovisão Andina
O terceiro carro tem uma loja de artesanato, janelas panorâmicas e uma cafeteria, onde a equipe serve lanches e bebidas requintadas da gastronomia local.
Carro 4: Estilo Clássico da Região Costeira
O último carro é dividido em dois ambientes. O primeiro é um salão para atividades sociais; o segundo tem um terraço aberto, onde os passageiros podem apreciar as majestosas paisagens equatorianas.
A viagem de 280 quilômetros de Quito a Guayaquil leva quatro dias e três noites (com paradas e hotéis inclusos), atravessa os Andes e passa por florestas nubladas e paisagens costeiras tropicais.
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